Não quero muito em 2020. Apenas o que a ignorância e a truculência nos tiram à fórceps todos os dias. Quero respeito sem diferenças abissais entre as pessoas, um mundo sem a violência da vida em que cada um cuida de si e os outros que se danem. Sem a crueldade dos que elegem a tirania como seu ideário e governos.
Desejo um mundo que não precise de heróis. Um mundo sem farsantes, sem os egoísmos extremos que enlouquecem as pessoas e as tornam maniqueus doidos, sectários, irracionais.
Num mundo assim poderei desejar a vida perto dos meus, de quem amo, amigos, amigas, filhos maravilhosos, neto crescendo espertíssimo e surpreendente.
Enfim, desejo ser apenas um poeta menor, feliz e calmo, que sonha volúpias sem sombras, integrado no cotidiano. Que compreende suas próprias fragilidades e defeitos e procura supera-los.
Desejo esquecer pessoas vis e suas crueldades, para passar em silêncio, com amor e delicadeza, até que reste de mim apenas boas lembranças e a ternura dos que a vida não deformou.